Ciclista atropelado durante a Bicicletada de outubro no Rio de Janeiro

Não pude ir na Bicicletada de outubro aqui no Rio de Janeiro então só no sábado de manhã fiquei sabendo do atropelamento do Rafael (ele está bem, sofreu uns arranhões e a roda da bicicleta ficou um pouco amassada).

A Bicicletada estava em Copacabana na Rua Santa Clara. O motorista Célio Pereira, 50 anos, que estava atrás do grupo começou a pressionar a massa, acelerando e freando em cima dos ciclistas, numa clara demonstração de violência. A mesma coisa que fazia o motorista Ricardo Neis antes de passar com seu carro no meio da Bicicletada de Porto Alegre e atropelar vários ciclistas no começo do ano.

De óculos e de frente para a foto, Celio Pereira, o motorista que atropelou um dos ciclistas da Bicicletada
De óculos e de frente para a foto, Célio Pereira, o motorista que atropelou um dos ciclistas da Bicicletada

No caso do motorista carioca, ele não passou por cima de todos, mas numa dessas aceleradas “errou” e parou o carro somente depois de ter derrubado o Rafael ao acertar a roda traseira da sua bicicleta.

Me entristece muito ver que coisas como essa ainda acontecem em nossa sociedade. Ver que um ser humano considera plausível jogar seu veículo de algumas toneladas para cima de outra pessoa por sua pressa em chegar ao próximo sinal vermelho.

Mesmo se toda a rua estivesse ocupada por bicicletas nada justifica o comportamento do Célio Pereira. Porém, as bicicletas estavam apenas em algumas pistas da via, outras estavam “livres”. Ele poderia simplesmente ter mudado de faixa e seguido com sua pressa doentia até, de novo, o próximo sinal vermelho.

Após o atropelamento a Bicicletada teve um comportamento exemplar, com muitas palavras de ordem para manifestar a perplexidade diante do que ocorreu, mas sem em nenhum momento ameaçar o motorista que ficou no local. A polícia foi chamada e o BO registrado. Agora é esperar o desenrolar dessa história na justiça.

Infelizmente até agora não apareceram imagens do momento do atropelamento. Existe um vídeo que começa logo após o fato mas que está temporariamente indisponível a pedido do advogado de defesa.

Segue abaixo alguns links para outros relatos e fotos:

Em tempo, num exercício quase impossível, deixando de lado o atropelamento, pelas fotos a Bicicletada de outubro parece ter sido muito boa. Muita gente feliz e fantasiada seguindo a temática do Halloween (bem que podíamos ter feito Dia do Saci, mas essa é outra conversa) pedalando pelas ruas do Rio por uma cidade mais lúdica e amorosa, por mais respeito aos ciclistas.

Fotos da Bicicletada ordinária de setembro no Rio de Janeiro

Segue abaixo algumas fotos da Bicicletada ordinária de setembro no Rio de Janeiro. Minha ideia inicial era publicar junto com um relato mas o tempo passou e isso não aconteceu.

Fomos até a região do Maracanã para conhecer uma ciclovia recém inaugurada pela prefeitura. O triste foi ver que essa nova ciclovia chegue em grande parte em cima da calçada, deixando pouco ou nenhum espaço para os pedestres, e no pequeno trecho que percorremos em alguns momentos ela some num quarteirão para aparecer somente no próximo.

Chegamos perto dos cem participantes 🙂

Outras fotos no Facebook da Bikelover in Rio.

Fotos da Bicicletada do Dia Mundial Sem Carro 2011 no Rio de Janeiro

Segue abaixo algumas fotos da Bicicletada do Dia Mundial Sem Carro 2011 no Rio de Janeiro. Minha ideia inicial era publicar junto com um relato mas o tempo passou e isso não aconteceu.

Outras fotos no Facebook da Bikelover in Rio.

Nasce uma nova Bicicletada: Divinópolis – MG

De tempos em tempos alguém que está organizando uma nova Bicicletada na sua cidade escreve solicitando uma página no site http://bicicletada.org (para saber como solicitar uma nova página veja http://bicicletada.org/Adicione+sua+cidade).

No final de junho a Valéria Gomes de Divinópolis entrou em contato falando que estavam organizando uma Bicicletada na cidade dela. Criei a página (http://bicicletada.org/divinopolis) e na sequência trocamos alguns e-mails pois ela tinha algumas dúvidas normais de quando estamos começando um novo movimento.

Fiquei feliz ao receber um e-mail dela um tempo depois com o vídeo que segue abaixo documentando como foi a primeira edição da Bicicletada de Divinópolis:

Encontrei também um vídeo convite para a edição de agosto:

Esse mês três novas cidades entraram em contato: São Sebastião – SP, Poá – SP e Canoas – RS.

Ps: adicionei na interface de edição das páginas wiki do site da Bicicletada botões para que fique mais fácil colocar vídeos do Youtube, Vimeo e Blip.tv. Me dei conta que isso não estava habilitado ao ver como o pessoal de Divinópolis tinha feito para adicionar o vídeo acima na página deles.

Algumas fotos da Bicicletada carioca de fevereiro

Ok, não sou exatamente um bom fotografo mas resolvi publicar as fotos abaixo para registrar a Bicicletada carioca de fevereiro. Essa foi uma das edições com maior número de participantes, 17 ciclistas. Em agosto de 2007 foram 18 (fotos no site da Transporte Ativo).

A Bicicletada no Rio acontece toda última sexta-feira do mês. A concentração é na Cinelândia em frente ao Cine Odeon a partir das 18h30. Às 19h30 saímos para pedalar. O trajeto é sempre decidido na hora. Para mais informações http://bicicletada.org/riodejaneiro e http://bicicletadario.wordpress.com/.

Die-in: uma idéia para o Dia Mundial Sem Carro 2010

Desde 2006 em Montreal a principal atividade do Dia Mundial Sem Carro é o die-in.

Die-in em Montreal em 1976
Die-in em Montreal em 1976

Um die-in é um evento simbólico, uma encenação teatral, onde os participantes fingem estar mortos em algum cruzamento afim de chamar atenção para uma das principais consequências da sociedade do automóvel: a morte. Seja diretamente em atropelamentos ou “acidentes” ou indiretamente em função da poluição e outros fatores. Os participantes são encorajados a se preparar para o evento com sangue falso, bandagens etc.

Die-in em Montreal em 2006
Die-in em Montreal em 2006

O primeiro die-in que se tem notícia ocorreu em Montreal em 1976 e foi organizado pela Le Monde à Bicyclette. Já naquela época chamava a atenção para os problemas causados pelos automóveis e defendia o uso de formas ativas de transporte. Trinta anos depois, em 2006, participantes da Massa Crítica de Montreal retomaram a idéia como parte das atividades do DMSC e, desde então, todo ano organizam um die-in.

Foto original em http://www.flickr.com/photos/53126648@N04/4902740183/
Foto original em http://www.flickr.com/photos/53126648@N04/4902740183/

Para mais informações e fotos sobre os die-ins em Montreal (em francês):

Die-in em Montreal em 2006
Die-in em Montreal em 2006

Em São Paulo o evento ocorreu pelo menos uma vez durante o Pedal do Silêncio em 2008 (apesar de não utilizar o nome die-in):

Die-in durante o Pedal do Silêncio em 2008 (foto do André Pasqualini: http://ciclobr.multiply.com/photos/photo/23/17)
Die-in durante o Pedal do Silêncio em 2008 (foto do André Pasqualini: http://ciclobr.multiply.com/photos/photo/23/17)

Infelizmente como não estou na capital paulista não estou acompanhando a organização do DMSC 2010 e tão pouco estarei presente no 22 de setembro. De qualquer maneira fica a sugestão para organizar um die-in. As fotos dos die-ins de outros anos aqui em Montreal são empolgantes. Com um pouco de maquiagem e criatividade dá para fazer bastante barulho.

Die-in em Montreal em 2008
Die-in em Montreal em 2008

Die-in em Montreal em 2008
Die-in em Montreal em 2008

Ajude a financiar um filme sobre ghost bikes

Atualização (06/07/2010): a campanha para ajudar o filme foi um sucesso. Eles pediram US$2500 e conseguiram US$3175 😆

Uma ghost bike é ao mesmo um memorial a um ciclista que foi assassinado por um veículo motorizado, uma vida perdida em função da pressa de alguém na maioria dos casos, e um lembrete para os outros motoristas de que as ruas devem ser compartilhadas por todos os modais.

Ghost Bike em homenagem a  Márcia Prado na Av. Paulista (fonte:  http://marioav.blogspot.com/2009/02/marcia-vive.html)
Ghost Bike em homenagem a Márcia Prado na Av. Paulista (fonte: http://marioav.blogspot.com/2009/02/marcia-vive.html)

Através de um post que o Willian fez em seu blog (http://blig.ig.com.br/freeride/2010/05/26/documentario-sobre-ghost-bikes/), fiquei sabendo de um projeto da Meaghan Wilbur de New York para criar um documentário sobre as ghost bikes. Como é um projeto autonômo, ela está pedindo ajuda para custear os gastos com as viagens que pretende fazer por cidades na América do Norte, América do Sul e Europa para filmar ghost bikes e conversar com pessoas envolvidas na instalação das mesmas. Ela já esteve em São Paulo conversando com o pessoal da Bicicletada.

Como não encontrei no site do projeto informação sobre a licença que ela pensava em usar para o documentário, entrei em contato com a Meaghan que me respondeu que a idéia é usar uma licença livre. Provavelmente alguma licença Creative Commons, isso só não foi divulgado ainda pois ela não tem muito conhecimento sobre o assunto. Quem quiser ajudar com sugestões é só entrar em contato com ela através do e-mail publicado no site do projeto. Nada mais lógico que usar uma licença livre para um projeto que tem suporte comunitário.

Para contribuir com a produção do documentário basta ter um cartão de crédito internacional (se por acaso alguém tiver interesse em ajudar mas não tiver um cartão de crédito internacional entra em contato comigo em PVT que damos um jeito). O objetivo é juntar US$2500 até o dia 4 de julho, até agora foram levantados US$1588. Qualquer quantia é bem vinda. Quem ajuda com US$15 ganha acesso a uma versão digital do documentário para download. Quem ajuda com US$25 recebe em casa um DVD.

Para mais informações sobre o projeto: http://ghostbikesfilm.com/

Para financiar o documentário: http://www.kickstarter.com/projects/incitefulmedia/ghost-bikes-film-portland-to-london

Para saber mais sobre as ghost bikes instaladas em São Paulo veja o box “As Ghost Bikes de São Paulo” no post do Willian citado anteriormente: http://blig.ig.com.br/freeride/2010/05/26/documentario-sobre-ghost-bikes/

Segue abaixo o trailer com algumas das imagens que serão usadas no documentário.

É possível usar a bicicleta para transporte de carga?

Bicicleta é um meio de transporte individual muito eficiente. Agora, não é possível fazer as compras do mês no supermercado ou mudar de casa de bicicleta. Para isso é necessário um transporte motorizado, certo? Errado!

Não se trata de acabar com os carros e caminhões e criar uma sociedade das bicicletas. É óbvio que não é possível fazer tudo de bicicleta (uma ambulância com pedais não parece ser uma boa idéia), a bicicleta tem limites. Mas os dois vídeos abaixo mostram que esses limites são muito mais flexíveis do que costumamos imaginar. Mostram que é possível transportar muito mais do que pensamos com uma ou várias bicicletas e que as compras do mês no supermercado não chegam nem perto do limite de carga de uma bicicleta (isso sem falar que supermercado não é exatamente o melhor lugar para se comprar comida…).

O primeiro vídeo é sobre a Déménagement Myette, uma empresa canadense que faz transporte de cargas, em geral mudanças. Porém eles não usam caminhões para carregar sofás e geladeiras, transportam tudo em bicicletas.

Looking for a professional but affordable way to move a few big items on
Montreal Island?

Our experienced and courteous employees can move your furniture and
appliances, or even construction refuse, through the use of large
flatbed trailers pulled by bicycles.

By choosing our company, you not only get a great service, but
you also support an efficient and friendly alternative to
polluting, noisy and bulky trucks.

(texto retirado do site da empresa: http://www.demenagementmyette.ca/home/)

Já o segundo filme é um curto documentário de um cara construindo um caminho de pedras no seu jardim. O detalhe é que ele usou uma bicicleta para transportar para sua casa todo o material usado na construção inclusive os grandes blocos de pedra (aproximadamente 3,3 toneladas). Tudo isso para no final falar: “It’s hard to do your shopping by bicycle? Then don’t go shopping for anything bigger than a sidewalk”. Vale a pena ver também as imagens de distintas bicicletas com carga no final do filme a partir dos 4m14s.

No site do Grupo Transporte Humano tem dois posts interessantes sobre transporte de cargas com bicicletas. O primeiro, intitulado “O que leva e o que é levado”, é uma reflexão de um dos autores a partir da sua experiência com um trailer para bicicleta. O título do segundo é auto-explicativo: “Dez dicas para fazer supermercado (sem carro, claro)”.

Para terminar, uma tirinha do Yehuda Moon que resume bem o espírito por traz dessas “ideias malucas” de explorar os limites da bicicleta como meio de transporte: