Ok, não sou exatamente um bom fotografo mas resolvi publicar as fotos abaixo para registrar a Bicicletada carioca de fevereiro. Essa foi uma das edições com maior número de participantes, 17 ciclistas. Em agosto de 2007 foram 18 (fotos no site da Transporte Ativo).
A Bicicletada no Rio acontece toda última sexta-feira do mês. A concentração é na Cinelândia em frente ao Cine Odeon a partir das 18h30. Às 19h30 saímos para pedalar. O trajeto é sempre decidido na hora. Para mais informações http://bicicletada.org/riodejaneiro e http://bicicletadario.wordpress.com/.
Estou acompanhando apenas virtualmente a prepação do pessoal do CicloVeg. Eles vão pedalar até a Bolívia para participar do 2º Encontro de Libertação Animal. Numa cicloviagem não pode faltar no alforge ferramentas para manutenção da bicicleta e nesse momento eles estão discutindo exatamente o que levar.
Nas viagens que fiz além destas costumo carregar também o que chamo de “kit gambiarra”. Alguns itens que considero fundamentais para ajudar a resolver o imprevisto.
Segue abaixo uma lista que elaborei trocando uns e-mails com o Rafael, parceiro de cicloviagens e que até onde lembro é o “criador” do kit gambiarra. Foi tudo meio rápido como o pessoal do CicloVeg parte em mais ou menos duas semanas. Pode ser que esteja faltando algo que costumo levar. Sugestões são bem-vindas.
Abraçadeiras tamanhos diversos (preferência às menores)
Alicate meia cana
Arames espessuras diversas (preferência aos mais grossos)
Canivete
Pedaços de garrafa pet ou embalagens de power bar
Parafusos e porcas diversos (que sejam usados na bicicleta)
Pedaços de câmara de bike
Silver tape
O porque de cada item
Abraçadeiras: para conseguir prender de volta alguma coisa que possa soltar da bicicleta ou outras improvisações.
Alicate meia cana: para cortar o arame, puxar ou apertar alguma coisa na bicicleta. Se peso for uma preocupação talvez esse item possa ser cortado. Canivetes maiores tem um alicate pequeno e dá para cortar arame com um pouco de paciência na mão.
Arames: dá para improvisar muita coisa com um pouco de arame. Veja abaixo um relato de quando o meu bagageiro arrebentou e “reconstruí” ele com arame.
Canivete: é um item fundamental, não só para um kit gambiarra.
Pedaços de garrafa pet ou embalagens de power bar: já ouvi mais de um relato de que se um pneu estoura dá para “remendar” ele com embalagens de power bar (ou qualquer outro tipo de embalagem parecida) ou então garrafas pet ou então qualquer outra coisa parecida. Nunca estourei um pneu então nunca testei isso. Mas costumo levar garrafas pet com água (além das caramanholas) que poderia cortar caso precise remendar um pneu.
Parafusos e porcas diversos: já aconteceu comigo de perder a porca que prende o bagageiro no quadro enquanto pedalava. Provavelmente depois de um tempo na estrada a porca foi se soltando e eu não percebi (é uma boa prática de tempos em tempos revisar os parafusos e porcas da bicicleta pois alguns vão se soltando durante a viagem). É óbvio que não adianta levar tamanhos que não tenham utilidade na bicicleta. Na medida do possível é legal padronizar as bicicletas para ter que carregar o menor número possível de peças reserva e ferramentas.
Pedaços de câmara: também pode ser usado para prender coisas, fazer remendos etc.
Silver tape: mais ou menos a mesma coisa que o canivete. Talvez dê até para usar umas camadas de silver tape para cobrir um furo no pneu.
Um exemplo
No meio da viagem que fiz entre a Chapada dos Veadeiros e a Chapada Diamantina, entre Chapada Gaúcha e Januária, já no fim de um dia longo de pedal, cansado, senti por um segundo a bicicleta extremamente leve e no segundo seguinte travada no chão. A parte do bagageiro que prende no quadro próximo ao canote arrebentou, o bagageiro girou e caiu com alforge e tudo no chão (o bagageiro que estava usando definitivamente não é o mais recomendado para cicloturismo).
Já era fim do dia, optamos por acampar na beira da estrada mesmo e deixar para pensar no problema depois. Na manhã seguinte, com arame conseguimos prender de novo o bagageiro no quadro da bicicleta, o suficiente para seguir uns 20km até a vila mais próxima onde ele foi soldado. Na cidade seguinte troquei o bagageiro por um mais robusto.
Desde 2006 em Montreal a principal atividade do Dia Mundial Sem Carro é o die-in.
Um die-in é um evento simbólico, uma encenação teatral, onde os participantes fingem estar mortos em algum cruzamento afim de chamar atenção para uma das principais consequências da sociedade do automóvel: a morte. Seja diretamente em atropelamentos ou “acidentes” ou indiretamente em função da poluição e outros fatores. Os participantes são encorajados a se preparar para o evento com sangue falso, bandagens etc.
O primeiro die-in que se tem notícia ocorreu em Montreal em 1976 e foi organizado pela Le Monde à Bicyclette. Já naquela época chamava a atenção para os problemas causados pelos automóveis e defendia o uso de formas ativas de transporte. Trinta anos depois, em 2006, participantes da Massa Crítica de Montreal retomaram a idéia como parte das atividades do DMSC e, desde então, todo ano organizam um die-in.
Para mais informações e fotos sobre os die-ins em Montreal (em francês):
Infelizmente como não estou na capital paulista não estou acompanhando a organização do DMSC 2010 e tão pouco estarei presente no 22 de setembro. De qualquer maneira fica a sugestão para organizar um die-in. As fotos dos die-ins de outros anos aqui em Montreal são empolgantes. Com um pouco de maquiagem e criatividade dá para fazer bastante barulho.
Atualização (06/07/2010): a campanha para ajudar o filme foi um sucesso. Eles pediram US$2500 e conseguiram US$3175 😆
Uma ghost bike é ao mesmo um memorial a um ciclista que foi assassinado por um veículo motorizado, uma vida perdida em função da pressa de alguém na maioria dos casos, e um lembrete para os outros motoristas de que as ruas devem ser compartilhadas por todos os modais.
Através de um post que o Willian fez em seu blog (http://blig.ig.com.br/freeride/2010/05/26/documentario-sobre-ghost-bikes/), fiquei sabendo de um projeto da Meaghan Wilbur de New York para criar um documentário sobre as ghost bikes. Como é um projeto autonômo, ela está pedindo ajuda para custear os gastos com as viagens que pretende fazer por cidades na América do Norte, América do Sul e Europa para filmar ghost bikes e conversar com pessoas envolvidas na instalação das mesmas. Ela já esteve em São Paulo conversando com o pessoal da Bicicletada.
Como não encontrei no site do projeto informação sobre a licença que ela pensava em usar para o documentário, entrei em contato com a Meaghan que me respondeu que a idéia é usar uma licença livre. Provavelmente alguma licença Creative Commons, isso só não foi divulgado ainda pois ela não tem muito conhecimento sobre o assunto. Quem quiser ajudar com sugestões é só entrar em contato com ela através do e-mail publicado no site do projeto. Nada mais lógico que usar uma licença livre para um projeto que tem suporte comunitário.
Para contribuir com a produção do documentário basta ter um cartão de crédito internacional (se por acaso alguém tiver interesse em ajudar mas não tiver um cartão de crédito internacional entra em contato comigo em PVT que damos um jeito). O objetivo é juntar US$2500 até o dia 4 de julho, até agora foram levantados US$1588. Qualquer quantia é bem vinda. Quem ajuda com US$15 ganha acesso a uma versão digital do documentário para download. Quem ajuda com US$25 recebe em casa um DVD.
Bicicleta é um meio de transporte individual muito eficiente. Agora, não é possível fazer as compras do mês no supermercado ou mudar de casa de bicicleta. Para isso é necessário um transporte motorizado, certo? Errado!
Não se trata de acabar com os carros e caminhões e criar uma sociedade das bicicletas. É óbvio que não é possível fazer tudo de bicicleta (uma ambulância com pedais não parece ser uma boa idéia), a bicicleta tem limites. Mas os dois vídeos abaixo mostram que esses limites são muito mais flexíveis do que costumamos imaginar. Mostram que é possível transportar muito mais do que pensamos com uma ou várias bicicletas e que as compras do mês no supermercado não chegam nem perto do limite de carga de uma bicicleta (isso sem falar que supermercado não é exatamente o melhor lugar para se comprar comida…).
O primeiro vídeo é sobre a Déménagement Myette, uma empresa canadense que faz transporte de cargas, em geral mudanças. Porém eles não usam caminhões para carregar sofás e geladeiras, transportam tudo em bicicletas.
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Já o segundo filme é um curto documentário de um cara construindo um caminho de pedras no seu jardim. O detalhe é que ele usou uma bicicleta para transportar para sua casa todo o material usado na construção inclusive os grandes blocos de pedra (aproximadamente 3,3 toneladas). Tudo isso para no final falar: “It’s hard to do your shopping by bicycle? Then don’t go shopping for anything bigger than a sidewalk”. Vale a pena ver também as imagens de distintas bicicletas com carga no final do filme a partir dos 4m14s.
Para terminar, uma tirinha do Yehuda Moon que resume bem o espírito por traz dessas “ideias malucas” de explorar os limites da bicicleta como meio de transporte:
Matéria feita pela TV Norte de Januária (MG) sobre viagem de bicicleta entre a chapada dos Veadereiros e a chapada Diamantina passando pelos parques nacionais Grande Sertão Veredas e Cavernas do Peruaçu e pelo rio São Francisco.