Bicicleta é um meio de transporte individual muito eficiente. Agora, não é possível fazer as compras do mês no supermercado ou mudar de casa de bicicleta. Para isso é necessário um transporte motorizado, certo? Errado!
Não se trata de acabar com os carros e caminhões e criar uma sociedade das bicicletas. É óbvio que não é possível fazer tudo de bicicleta (uma ambulância com pedais não parece ser uma boa idéia), a bicicleta tem limites. Mas os dois vídeos abaixo mostram que esses limites são muito mais flexíveis do que costumamos imaginar. Mostram que é possível transportar muito mais do que pensamos com uma ou várias bicicletas e que as compras do mês no supermercado não chegam nem perto do limite de carga de uma bicicleta (isso sem falar que supermercado não é exatamente o melhor lugar para se comprar comida…).
O primeiro vídeo é sobre a Déménagement Myette, uma empresa canadense que faz transporte de cargas, em geral mudanças. Porém eles não usam caminhões para carregar sofás e geladeiras, transportam tudo em bicicletas.
Looking for a professional but affordable way to move a few big items on
Montreal Island?Our experienced and courteous employees can move your furniture and
appliances, or even construction refuse, through the use of large
flatbed trailers pulled by bicycles.By choosing our company, you not only get a great service, but
you also support an efficient and friendly alternative to
polluting, noisy and bulky trucks.(texto retirado do site da empresa: http://www.demenagementmyette.ca/home/)
Já o segundo filme é um curto documentário de um cara construindo um caminho de pedras no seu jardim. O detalhe é que ele usou uma bicicleta para transportar para sua casa todo o material usado na construção inclusive os grandes blocos de pedra (aproximadamente 3,3 toneladas). Tudo isso para no final falar: “It’s hard to do your shopping by bicycle? Then don’t go shopping for anything bigger than a sidewalk”. Vale a pena ver também as imagens de distintas bicicletas com carga no final do filme a partir dos 4m14s.
No site do Grupo Transporte Humano tem dois posts interessantes sobre transporte de cargas com bicicletas. O primeiro, intitulado “O que leva e o que é levado”, é uma reflexão de um dos autores a partir da sua experiência com um trailer para bicicleta. O título do segundo é auto-explicativo: “Dez dicas para fazer supermercado (sem carro, claro)”.
Para terminar, uma tirinha do Yehuda Moon que resume bem o espírito por traz dessas “ideias malucas” de explorar os limites da bicicleta como meio de transporte:
Realmente somos capazes de fazer muito mais do que imaginamos, até mesmo as bici-ambulâncias já existem.
E é importante lembrar que toda essa necessidade de deslocamento e transporte é a lógica do transporte motorizado individual. Ironicamente quanto menos carro houver, menos a gente precisa dele.
Hmmm… é sempre bom abrir a cabeça e expandir os horizontes! Taí coisas que não tinha pensado que eram possíveis.
@Luis Patricio
Genial! Por bicicletas ambulância não esperava 😀
@rodrigo
Poxa Rodrigo, tem sim e aqui no Brasil! Em Afua no Pará onde só tem bicicleta e tem até a ambulância.
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1438204-5598,00.html
Sem falar de bike, mas ainda na mesma linha da sustentabilidade, tem o Transbêbado
http://soalagoas2.blogspot.com/2008/07/carrinho-de-mo-opo-para-carregar.html
Abraços
André
@André Pasqualini
Caramba, não tinha visto essa reportagem sobre Afua. Muito interessante!
irada a charge, é o que eu penso quando meu pai me fala antes de sair de casa: espera a chuva parar..
Vejam esta recente pesquisa sobre entregas por bicicletas no Rio de Janeiro:
http://blog.ta.org.br/2011/02/02/entregas-por-bicicleta/
Interessante essa pesquisa que vocês da TA fizeram. Uma das coisas que mais me surpreendeu positivamente no Rio desde que me mudei é justamente a quantidade de bicicletas de carga que vejo nas ruas.
Estou preparando uma continuação desse post sobre bicicletas para transporte de carga. Enquanto estava em Montreal trabalhando na empresa que transporta mudanças em bicicletas fui colecionando diversas experiências semelhantes pelos quatro cantos do mundo.
Ótimo post. informativo