Alguns dias atrás estava numa rua estreita a caminho de Copacabana. Com carros estacionados de um lado, só havia espaço para um veículo passar por vez. Vi pelo retrovisor da bicicleta que um táxi se aproximava. Se ele me ultrapassasse certamente o faria desrespeitando o artigo 201 do CTB (aquele que fala sobre guardar uma distância lateral de 1,5m ao ultrapassar uma bicicleta). Fui um pouco mais para o meio da pista e sinalizei para ele esperar. Em menos de cem metros acabava a fila de carros estacionados e haveria espaço suficiente para ele continuar.
O motorista me ignorou completamente e avançou com o carro. Passou próximo a bicicleta no pouco espaço que restava da pista. Eu ia devagar, uns 20km/h, ele também passou devagar. Não era um desses motoristas agressivos que não se importam em ameaçar a vida de um ciclista só para chegar alguns segundos mais rápido no próximo sinal fechado. Enquanto me ultrapassava disse: “isso daqui não é ciclovia”. Acredito que ele fez isso por falta de informação, por desconhecer o código. Queria me informar de que eu estava no lugar errado.
Agradeço esse motorista. Ele me lembrou porque há mais de seis anos considero importante participar da Bicicletada. Enquanto o poder público não cumpre seu papel de educar para um trânsito mais humano, ciclistas (e usuários de outros os meios de transporte não motorizados) se encontram todos os meses para lembrar a sociedade que lugar de bicicleta é na rua. E esse mês tem mais uma:
Para quem mora na Zona Sul, vai rolar um bonde (nunca entendi porque chamamos de bonde um grupo de ciclistas que se encontra para ir junto à Bicicletada). Nos encontramos às 18h e saímos às 18:15h do Largo Almirante Índio do Brasil (a pracinha da Rua São Clemente com a Praia de Botafogo).
Em tempo, tentei responder ao motorista. Gritei que pelo CTB ciclistas podem circular na rua e tem preferência sobre os veículos motorizados. Que ele estava errado. Não sei se ouviu. Quem sabe na próxima Bicicletada não terei a oportunidade de entregar um panfleto como esse daqui para ele.
Olá Rodrigo, acho que o termo “bonde”, é uma tradução do termo em inglês, “bus” (ônibus), usado para designar grupos de ciclistas que pedalam juntos até o trabalho, escola, bicicletada, etc. Eu não curtia muito o termo também, até o dia em que me senti num “ônibus” durante uma bicicletada. Ocupávamos uma faixa inteira, nossa velocidade era baixa o suficiente para conversarmos uns com os outros e ainda interagir com o “meio externo”, e ainda ouvia risadas, gritos e canções dos outros participantes. Acho que nesse sentido, “bonde” faz todo sentido… Mas essa é só a minha opinião… abraço e até sexta!
Na verdade eu sempre gostei do termo. Só nunca entendi a origem 🙂
Valeu pela explicação.
Nos vemos na sexta!